OMS deve mudar nome da varíola dos macacos após casos de violência contra os animais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lamentou, nesta terça-feira (9), os relatos de ataques contra primatas no Brasil devido ao medo da varíola dos macacos – e insistiu que os surtos atuais acontecem pela transmissão entre humanos. A instituição afirmou que deve alterar a nomenclatura da doença “para evitar estigma e agressões a animais”.
“As pessoas têm que saber que a transmissão que estamos vendo agora acontece entre humanos”, destacou a porta-voz da OMS, Margaret Harris, em coletiva de imprensa em Genebra.
Conforme o G1, pelo menos 12 macacos teriam sido envenenados, e alguns feridos, em menos de uma semana em uma reserva natural em Rio do Preto, em São Paulo. Equipes de resgate e ativistas suspeitam que os animais foram alvos depois que três casos de varíola dos macacos foram confirmados na área, segundo o G1.
Animais também foram agredidos em várias cidades brasileiras, informou o site.
Até agora, o Brasil registrou mais de 1,7 mil casos de varíola dos macacos e uma morte, segundo dados da OMS.
USO DO NOME “VARÍOLA DOS MACACOS”
O termo “varíola dos macacos” foi adotado após a detecção do vírus em 1958 em macacos de um laboratório na Dinamarca, mas o vírus também foi encontrado em outros animais, especialmente roedores.
A doença foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970 e é menos perigosa e contagiosa que a varíola, erradicada em 1980.
O vírus pode ser transmitido do animal ao homem, mas a explosão recente de casos se deve à transmissão entre humanos por contatos próximos, afirmou Harris. As pessoas “certamente não deveriam atacar os animais”, acrescentou.
A OMS ativou seu nível máximo de alerta no final de julho para tentar conter o surto desta doença.