Petrobras anuncia retomada das tratativas para vender refinarias
Plantas em Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul já foram colocadas à venda no ano passado, mas não houve interessados; estatal pretende repassar 50% da estrutura de refino no país
A Petrobras anunciou na noite desta segunda-feira (27) a retomada das tratativas para a venda das refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, Getúlio Vargas, no Paraná, e Alberto Pasqualini, no Rio Grande do Sul. No ano passado, a tentativa de venda das estruturas terminou sem interessados.
Os interessados devem apresentar propostas iniciais até o dia 15 de julho, mas não existe um prazo para o término completo das operações.
O plano de desinvestimento em refino faz parte de um acordo da companhia com o Cade. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica entendeu que a concentração do setor de refino era contrária ao interesse econômico e favorecia a estatal.
Foram colocadas à venda oito plantas da petroleira. Apenas a refinaria Landulpho Alves, na Bahia, foi negociada por US$ 1,8 bilhão com o fundo árabe Mubadala Capital. O negócio foi concluído há seis meses e ainda é alvo de discussões na Justiça.
A Petrobras ja assinou os contratos de venda da Unidade de Industrialização de Xisto, no Paraná, a Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste, no Ceará, e a refinaria Isaac Sabbá, no Amazonas. A companhia também negocia a refinaria Gabriel Passos, em Minas Gerais.
Concluídas todas as vendas, a companhia terá se desfeito de 50% da capacidade de refino no Brasil.
O anúncio da retomada do plano de venda ocorre no mesmo dia em que o Conselho de Administração da Petrobras aceitou a indicação do nome de Caio Mário Paes de Andrade como novo presidente da estatal. Ele é o quarto executivo no posto desde o início do governo Bolsonaro. O atual ocupante do Palácio do Planalto tem feito pressão para que a companhia controle aumento de preços decorrentes da alta do petróleo no mercado internacional e da cotação em alta do dólar.
Paes de Andrade deve tomar posse definitiva nos próximos dias. Ele assume no lugar de José Mauro Coelho, que deixou o cargo na semana passada após pressão do governo para que renunciasse ao cargo depois que a estatal anunciou aumento nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias.